quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

INTERNACIONAL - NEW YORK FASHION WEEK


A mais movimentada semana de moda do mundo revelou recentes e modernas tendências para o inverno/2008. Apesar da incerteza da economia e da indecisão das eleições americanas, as coleções apresentadas conseguiram conquistar uma platéia rendida à moda, confira:


Admirada por estilistas e cortejada por agentes, a imprensa americana da moda é considerada muito poderosa, num universo onde os famosos têm a última palavra e onde um vestido fotografado numa cerimônia como Oscar ou Globo de Ouro conta mais que uma coleção bem sucedida.

Com a greve dos roteiristas de Hollywood, que conduziu à anulação da cerimônia do Globo de Ouro, e com a queda da Bolsa americana perante o anúncio do aumento do desemprego, pela primeira vez nos últimos quatro anos, quem marcou pontos foi a Semana de Moda de Nova Iorque, que aproveitou a oportunidade de escapar do clima sombrio do país, com um sofisticado look outonal, repleto de brilhantes, plumas, peles e cores fortes.


No clássico cenário do Bryant Park, próximo de Times Square Garden, a NY Fashion Week para o Outono/Inverno 2008 apresentou 67 coleções que apontam para o «retorno do glamour adulto», segundo afirmou David Wolfe, diretor criativo da empresa The Doneger Group, que faz a previsão das tendências de moda, acrescentando que «a época atual relembra o acontecido durante a Grande Depressão. Isto porque naquele tempo, a moda ofereceu o escape perfeito para toda aquela situação. Em paralelo, nesta edição do evento, apesar de todas as incertezas vividas nos EUA, as coleções apresentadas refletem otimismo, são belas e muito elegantes».


Como é habitual, os desfiles iniciaram em tons de vermelho, com a apresentação da “The Heart Truth´s Red Collection 2008”, destinada a conscientizar o público sobre as doenças cardíacas. A Primeira-dama Laura Bush fez questão de estar presente no desfile inaugurado pela cantora Liza Minnelli, que interpretou uma das canções símbolo da cidade: o clássico "New York, New York".


A festa da moda continuou na “Big Apple” com a coleção de Max Azria para a BCBG, descrita como «feminina e muito elegante». Cintos marcaram a cintura em todos os looks, além de vestidos curtos e justos ou com volume balão. Um desfile clean que ganhou força com plissados e drapeados nas mangas, golas e em detalhes aplicados em saias e vestidos.

Para festejar os seus 75 anos, a Lacoste, reconhecida por conjugar o melhor do esporte com o estilo luxuoso, trouxe à passarelas dois momentos distintos. Na primeira parte, as peles brancas de ovelha, macacões de malha e óculos com lentes redondas que faziam lembrar os anos 60, complementadas por botas, gorros e casacos, tanto para a coleção feminina como para a masculina, captaram os olhares admirados de todos.


Já, na segunda parte do desfile, que teve como cenário as montanhas da Jamaica e os grupos musicais dos anos 70, a marca do crocodilo apostou nas cores vibrantes das saias, casacos, echarpes e vestidos.

Apresentando a sua segunda linha, Donna Karan, trouxe para a passarela uma DKNY com uma menina-mulher descontraída e moderna. Vestidos com silhuetas leves e calças largas foram as peças-chave de uma coleção que mostrou que a sobreposição está em alta. Casacos com cinturas marcadas, meias-calças e chapéus complementaram a juvenil linha da estilista. Já, Diane Von Furstenberg, transportou a platéia para uma era de glamour e sofisticação, fazendo desfilar looks que marcaram a diferença. Vestidos e saias sobrepostas foram as peças mais marcantes, sendo complementadas por uma silhueta justa. Os ombros apareceram levemente estruturados e ajudaram a dar um ar mais sofisticado aos estampados.


Carolina Herrera apresentou uma coleção de conto de fadas, inspirada no estilo de Robin Wood. Calças justas, coletes, vestidos leves e casacos longos como capas transmitiram um ar dramático a uma linha que transformou a feminilidade clássica em moderna. Já, Carmen Marc Valvo apostou numa coleção inspirada em «Elizabeth Taylor no “Disque Butterfield 8”, com uma mistura de lingerie e de peças com várias camadas», salientou o estilista que fez questão de descrever a sua linha, composta sobretudo por blusas transparentes, calças elegantes e casacos de pele, como «essencialmente sensual».


Destaque na Semana de Moda de Nova Iorque mereceu também Jill Stuart, que resgatou o minimalismo vanguardista com vestidos soltos combinados por botas longas. A seda tomou conta da coleção, aparecendo em calças, casacos e blusas. Os acessórios-chave englobaram chapéus, luvas de couro e cintos que marcavam a cintura alta.


A New York Fashion Week foi apresentada como um dos grandes atrativos turísticos do início de ano para a cidade que nunca dorme e, segundo os organizadores, «voltou a superar as expectativas com a presença de muitas celebridades, jornalistas e sobretudo muitos estrangeiros que fizeram questão de acompanhar os desfiles, modelo a modelo».


FOTO: DESFILE CAROLINA HERRERA

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