Desfiles de Paris propõem feminilidade geométrica, camisaria e pouca estampa para o inverno europeu.
Noventa desfiles mais tarde, a edição Outono-Inverno 2008/2009 da Semana de Moda de Paris chega ao fim. Com milhares de looks apresentados (a conta passa dos quatro mil) até o encerramento do evento, na noite do último domingo (Dia 2), a temporada fashion mais importante do mundo revelou as propostas de moda para um futuro próximo, o do final de 2008 e começo de 2009, quando o frio novamente chegar ao continente europeu.
Tanta roupa vista, tantos looks combinados, e a estação começa a tomar forma. Uma forma com estrutura é o que foi visto nas passarelas mais influentes da semana.
A geometria aparece para modelar, com feminilidade, saias e vestidos arredondados, como casulos (casacos), com quadris marcados, volumes estufados em balonês (ou "bubbles") que continuam, mas cada vez menos ingênuos.
A linha geométrica também recorta decotes quadrados, volumes precisos. Louis Vuitton, Givenchy, Balenciaga são algumas das grifes que executaram com sucesso esta idéia.O rigor da forma vem sem agressividade mas acompanhado de outro recurso que dá força à mulher da temporada; a alfaiataria.
Os paletós, que já apareceram em outras estações, surgem em versões femininas da jaqueta do smoking, da casaca, do paletó do terno. Talvez algo que possa ser considerado mais novo em relação às outras edições é o foco na camisaria, que vem acompanhado muitos e muitos looks em várias versões, incluindo as dos vestidos.
Ao contrário do que ainda foi apresentado no Brasil para o nosso próximo inverno, porém, a menção ao guarda-roupa masculino não mais brinca de maneira tão marcada com a idéia da diferença entre os dois gêneros.
Agora, a mulher é decididamente feminina, e passear pelo universo masculino é algo que faz com naturalidade.Nas cores, o pink continua, firme e forte, um dos queridinhos da moda.
O marrom não substitui o preto, mas ganhou espaço em vários tons, com destaque para o caramelo, visto tanto nos acessórios como nos muitos casacos de pele curtos, e também em peças no geral. Completam o colorido invernal (que na maioria das coleções está mais sóbrio) o laranja levemente queimado, os tons de azul, com destaque para o marinho e o azul claro pálido e o vermelho cereja.
Entre os metalizados, que deram certa trégua, o dourado pálido é boa pedida.Se na edição passada Paris estava toda florida, desta vez a tendência é que as produções sejam mais lisas, com poucas estampas, uma ali outra acolá.
A seguir, veja a lista de dez tendências do inverno europeu para você já se adiantar, e começar a usar até mesmo antes dos fashionistas parisienses.
Camisaria - Brancas, com jabôs (babadinhos na parte da frente), com corte masculino e formal, mais longa ou ainda em versões diferentes de vestidos, ela é a peça curinga para as garotas européias do próximo inverno.
Jodhpurs largas - Não mais justinhas como Balenciaga fez há algumas estações, as jodhpurs, ou calças de montaria, aparecem em versões mais largas e também com um espírito saruel, com cavalo lá embaixo.
Calças skinny - Sim, elas continuam, e parece que massacraram a tendência das pantalonas, antes mesmo das pobrezinhas tentaram uma ressurreição. Em preto, em tecido de alfaiataria, em couro ou mais adesivas, meio leggings.
Mangas em destaque - Preste atenção à manga na hora de comprar sua próxima blusa ou vestido. Ela deve ter destaque na roupa. Curta e durinha, estilo sino, bufante comprida, aberta como as de quimono, é o momento delas aparecerem.
Geometria - O corte geométrico deve ser evidente, porém não agressivo, como nos anos 80. A estrutura é delicada e suave, no caso das linhas triangulares e quadradas, e menos molenga que em outras estações, no caso dos arredondados dos balonês.
Alfaiataria - Paletós e jaquetas com reinterpretações de smokings, paletós de ternos e casacas estão em alga, assim como as calças em tecido de alfaiataria.
Marrom - Não, ele não é o novo preto. Mas volta a ser "darling" nesta temporada, combinado com outras cores, em tons mais claros e, principalmente, no caramelo, tanto nos sapatos como nos casacos de pele (estes, dificilmente alguma brasileira se atreverá a usar para se "adiantar" às européias) e nas calças e vestidos.
Dourado claro - Os metalizados, febre das últimas coleções, finalmente dão um descanso aos olhos, mas não desaparecem totalmente. O tom de dourado claro, meio pálido, como o visto na Chanel e também na Nina Ricci, é o metalizado da vez.
Grandes tricôs - A trama é fechadinha e grossa ou bem fininha, felpuda, e mais aberta. Cachecóis gordos, mantôs, vestidos, maxipulls ganham charme com o tricô. Alexander McQueen usou a técnica até em cima de vestidos com estilo histórico, quebrando com descontração cool o look imponente.
Pouca estampa - As francesas, que geralmente são mais discretas em relação às estampas, vão fazer a festa no próximo inverno. Não que os xadrezes tenham desaparecido totalmente ou Kenzo tenha desistido dos florais. O que chamou atenção, no entanto, foi a predileção por looks lisos que brincavam com tons sobre tom, mistura de cores e também mistura de materiais, como veludos, seda, cetim, lã, etc. O uso de trabalhos artesanais como a renda (de volta à moda depois do desfile da Prada, em Milão, mas também vista em Chanel, Givenchy, McQueen) e os bordados também contribuiu para a escassez de estampas.
FOTO: ISABELI FONTANA, A TOP BRASILEIRA FAZENDO BONITO NO DESFILE DA HERMÉS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário